4 Perguntas para descobrir seu talento profissional

Eu sempre gostei de desenhar. Desde pequena, gastava horas copiando personagens, pessoas e objetos; pedia livros com instruções passo a passo e treinava por conta própria até atingir um resultado mais ou menos satisfatório. Era algo que eu gostava de fazer, que aprendia com facilidade e ao qual me dediquei por anos – essas são as características básicas do talento.

Engana-se quem pensa que o talento é um dom, uma habilidade inata que não exige prática ou esforço. O talento é um potencial que pode ser desenvolvido… Ou não. Já ouviu a frase clichê de que “talento é 1% inspiração e 99% transpiração”? Pois então. Alguém com menos capacidades inatas, mas mais disposto a estudar o assunto, costuma ter mais sucesso profissional em qualquer que seja a área que resolver seguir.

Portanto, ainda que haja uma predisposição genética, o talento herdado só representa um primeiro empurrão na direção certa. Caso, pelo contrário, você ainda não tenha percebido nenhuma aptidão especial, não entre em pânico: a psicologia afirma que a maioria das pessoas possui não apenas um, mas múltiplos talentos que se manifestam ao longo da vida. A Ganbatte ajuda a descobrir o seu.

O que eu faço com facilidade?

Essa é a primeira pergunta a ser respondida na sua busca por talento: O que você aprende com facilidade? Pense em quais disciplinas você se sai melhor na escola. Elas são da área de humanas, exatas, biológicas?

Expanda a pergunta para outros campos da sua vida – nem sempre seus talentos precisam brotar do meio acadêmico. Você se destaca em algum esporte? Toca instrumentos musicais facilmente? Escreve poesia, contos, mantém um blog? Pinta com aquarela? Fala bem em público?

Não dispense possíveis talentos só porque, a princípio, eles não parecem lucrativos. Use-os para explorar suas possibilidades. É aí que entra a segunda pergunta:

O que eu estou disposto a estudar?

Ótimo, você identificou áreas em que tem uma facilidade natural. Hora de refletir sobre quanto tempo você gostaria de dedicar a aprofundar esses conhecimentos.

Atualmente, qualquer profissional precisa estar em constante atualização, além de se especializar em assuntos cada vez mais específicos. Portanto, ao invés de saber um pouquinho de tudo, vale mais a pena entender profundamente um único tema.

Seu talento está relacionado aos cursos que você fez, aos livros que você leu, aos trabalhos que realizou (sejam remunerados ou voluntários), aos grupos nos quais se envolveu (grêmio estudantil, empresa júnior, centro acadêmico, iniciação científica) e outras experiências significativas na sua formação, como intercâmbio, estudo de idiomas ou treinamentos.

Logicamente, você não quer desperdiçar horas do seu dia com uma atividade que detesta. Isso nos leva à terceira questão que deve ser respondida:

O que eu gosto de fazer?

É possível que você seja ótimo em matemática, tire as notas mais altas da turma e faça contas imensas de cabeça. Ainda assim, lidar com números não é uma atividade empolgante para você… Esse é seu talento?

Provavelmente, não. É verdade, você possui uma capacidade inata para realizar cálculos complexos, mas essa é apenas uma das características do talento. Trabalhar em uma área que se detesta, simplesmente porque é fácil, pode ser responsável por estresse, falta de motivação e uma sensação de vazio em relação ao emprego.

Se isso não for motivação suficiente para se buscar o que gosta, perceba como os próprios processos seletivos de grandes empresas estão mudando, dando maior foco ao perfil do profissional e às ambições dos candidatos. Escolher uma área que faça seus olhos brilharem pode ser a aposta mais segura para garantir aquela vaga tão desejada.

Pergunte a si mesmo:

  • Quais hobbies e atividades eu gosto de realizar no meu tempo livre?
  • O que você faz ou faria de graça, sem receber nada em troca?
  • O que você detesta fazer?
  • Quais habilidades envolvidas nos seus hobbies podem ser aproveitadas no mercado de trabalho?

 

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Frequentemente, é difícil olhar para os próprios passatempos como uma potencial forma de ganhar dinheiro. Por realizarmos certas atividades com muita facilidade, sequer cogitamos a ideia de que outras pessoas estariam dispostas a pagar por isso – motivo pelo qual eu levei 23 anos para cobrar, pela primeira vez, por uma ilustração. Então, caso enfrente dificuldades em perceber seus talentos, experimente pedir ajuda.

O que meus colegas reconhecem em mim?

Essa etapa é importante porque garante a valorização que seus talentos terão no mercado. Aquilo que outras pessoas percebem sobre você é seu diferencial – portanto, atenção aos elogios. Quando aquilo que é comum para você chamar a atenção de amigos, professores ou colegas de trabalho, dê ouvidos.

Se ainda estiver em dúvida, tome iniciativa e peça que seus conhecidos respondam às mesmas questões colocadas acima. Em que eles acham que você apresenta facilidade? Em quais atividades eles veem você se destacar? Uma opinião externa pode ser seu ponto de partida, ou reafirmar um talento que você já está considerando seguir.

Ajuda online

Há uma infinidade de testes virtuais que alegam encontrar sua vocação e, não é motivo de surpresa, muitos deles não são confiáveis. O Portal Na Prática oferece um conteúdo bastante completo para cada um refletir sobre seu desenvolvimento. O teste abrange valores, estilo de trabalho e personalidade.

Testes vocacionais como este aqui, elaborado por uma orientadora de carreiras, também podem indicar quais grupos de profissões são mais indicados a cada perfil.

Marcela Lorenzoni é jornalista e professora de inglês. Trabalha na startup de Educação Geekie. Atualmente, mora em São Paulo, onde faz pós-graduação em Educação no Novo Milênio.

Quer se capacitar? Seja um Talento Ganbatte e se desenvolva!

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