Estudo de caso: você consegue resolver problemas reais dessas empresas?

O que é um “case” ou um estudo de caso? É uma situação, que pode ser real ou fictícia, apresentada aos candidatos de um processo seletivo para que eles discutam e apresentem soluções. Normalmente, são usados problemas semelhantes aos que você enfrentará caso ocupe o cargo e que exijam as competências procuradas pelos recrutadores – que podem ser:

  • Habilidade de análise de dados;
  • Criatividade;
  • Raciocínio lógico;
  • Facilidade com cálculos;
  • Levantamento de hipóteses;
  • Comunicação;
  • Capacidade de pensar rápido e sob pressão;
  • Poder de síntese;
  • Resolução de problemas.

Essa etapa não é regra em todos os processos seletivos; o mais comum é que apareça em vagas de marketing, finanças e gestão de pessoas. Além disso, enquanto algumas empresas aplicam estudos de casos só para analistas, coordenadores ou gerentes, outras podem incluí-los já na seleção de trainees e estagiários.

Que tipo de ‘case’ posso encontrar?

Alguns casos usados pelos recrutadores podem parecer bastante absurdos. Veja o exemplo disponível no portal Na Prática, da Fundação Estudar:

Os examinadores podem te pedir para descobrir, por exemplo, se uma loja de caixões produzidos à mão na Moldávia é lucrativa ou não – sendo que o único número passado ao candidato é o market share (participação no mercado) da empresa no país.

Parece impossível? É aí que entra a sua habilidade de trabalhar com hipóteses: ainda que você não tenha acesso, na hora, aos dados precisos, você pode estimar a população da Moldávia e a taxa de mortalidade do país. A partir daí, “é possível calcular o tamanho total do mercado de caixões lá e estimar o volume de vendas da loja. Então, você supões qual é a receita, o custo e o lucro esperados, para chegar ao preço médio do empreendimento no mercado em questão”, explica o site.

Afinal, essas suposições fazem parte da rotina de trabalho de um consultor – e elas não devem ser feitas aleatoriamente. Os números estimados não podem se afastar demais da realidade. Portanto, cuidado para não sugerir valores absurdos.

Depois de definir esses números, o exercício continua. O candidato será contemplado com um problema que deve resolver. Imagine, por exemplo, que uma outra loja que oferece caixões mais baratos é criada, há uma falha na linha de produção ou um fator externo aumenta drasticamente o número de mortes (e, por consequência, a procura pelo produto em questão). É nessa hora que o recrutador vai observar se você é capaz de entender, analisar e resolver os problemas dos clientes.

A resolução do problema

Em geral, não existe uma única resposta correta para a questão apresentada. Mostrar sua linha de raciocínio, ter bom senso e encontrar saídas originais contam pontos a seu favor. Para não acabar se desviando do tema central, siga alguns passos:

Ouça com atenção

Preste atenção enquanto o problema estiver sendo exposto. Quando o examinador terminar, você pode repeti-lo, com suas próprias palavras, para garantir que entendeu corretamente.

Estagiário

Anote dados relevantes

Não confie somente na memória. Se o case não for entregue por escrito, mas apenas oralmente, peça permissão para anotar as informações em um bloco ou caderno (lembre-se de levar o material de casa!) – ele vai gostar da sua iniciativa.

Faça perguntas

Muitas vezes, a questão é apresentada com dados incompletos propositalmente. O recrutador espera que você identifique essas falhas e vá atrás das informações que não for capaz de deduzir sozinho. Quando fizer uma pergunta, explique porque precisa desse dado, explicando sua linha de pensamento. Porém, fique atento: perguntar algo que já foi dito mostra desatenção!

Não tenha medo de ficar em silêncio – mas por pouco tempo

Tirar um ou dois minutos para organizar suas ideias e ponderar sobre o caso vão ajudá-lo. Aproveite esses momentos para alinhar suas falas, afinal, a segurança no discurso faz muita diferença.

Crie hierarquias

Muitos problemas podem estar envolvidos em uma mesma situação. Seu trabalho e identificar quais os mais graves e quais precisam ser resolvidos mais depressa, para então dar foco àqueles de prioridade alta. Não tente resolver tudo ao mesmo tempo.

Pense em voz alta

O examinador quer entender como você chegou à sua solução. Portanto, não entregue somente um resultado final; explique, durante o processo, os porquês de cada decisão tomada.

Como me preparar?

A ESPM disponibiliza um acervo riquíssimo de estudos de casos para professores e estudantes. Entrando no site, é possível filtrar a busca por temas (por exemplo, caso você queira visualizar apenas cases de jornalismo, turismo ou negócios). As problematizações contam com uma apresentação, um contexto e um dilema, no final, a ser resolvido.

Experimente praticar com amigos ou professores que possam assumir o papel de recrutador. Se quiser aumentar sua confiança, comece expondo soluções mais simples – explique ao seu colega, por exemplo, como trocar uma lâmpada ou abrir uma conta no banco. O importante é ser claro e eficiente. Depois, evolua para casos mais complexos.

Por fim, peça que seu parceiro introduza os cases sem que você os tenha visto antes, o que vai obrigá-lo a apreender as informações oralmente e a pensar rápido, habilidades necessárias no processo seletivo. Fixar um limite de tempo é outra maneira de treinar trabalhar sob pressão.

Marcela Lorenzoni é jornalista e professora de inglês. Trabalha na startup de Educação Geekie. Atualmente, mora em São Paulo, onde faz pós-graduação em Educação no Novo Milênio.

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Fontes:

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