Foi-se o tempo em que a publicidade era voltada apenas para produtos. Hoje, um mercado extremamente competitivo faz com que surjam termos como “marketing pessoal” – uma estratégia utilizada para destacar as qualidades e vender a imagem do profissional. Ou seja: não basta ser competente, as empresas precisam saber que você é competente.

O objetivo dessa autopromoção é criar uma marca própria através do trabalho realizado, das habilidades apresentadas, dos relacionamentos mantidos e das formas de se expressar de cada indivíduo. São esses fatores que farão com que um candidato se destaque de outros, por exemplo, em um processo seletivo.

Para quem meu marketing deve ser direcionado?

Qualquer plano de marketing exige pesquisa prévia do seu público-alvo: é necessário entender profundamente quem compra seu produto. Faz sentido que o marketing pessoal siga o mesmo trajeto.

Pense em produtos expostos na prateleira do supermercado – como chamam a atenção de um estudante, uma mãe, uma empresária, um idoso, uma criança? Provavelmente, cada uma dessas pessoas tem necessidades e desejos diferentes, que não serão atendidos por uma única qualidade. Você também não será o profissional ideal para uma ONG, uma multinacional, uma startup, uma emissora, uma construtora, uma escola… Gaste alguns minutos delimitando quem você pretende atingir com seu marketing pessoal.

Ao invés de escolher uma pessoa específica (“o recrutador da organização X para a qual me candidatei”), selecione um grupo de pessoas relevantes, como executivos, investidores ou consultores da sua área de trabalho. Procure deixar sua meta bem clara; tente, por exemplo, completar a frase: “Quero ser conhecido entre…”, “Quero ser bem visto por…”.

Dessa forma, você será capaz de traçar uma meta constante, que não será alterada a cada vez que trocar de emprego ou mudar de setor. Isso será útil para planejar sua carreira no longo prazo, identificando oportunidades, cursos e contatos que ajudarão a alcançar seu objetivo.

O que meu público-alvo procura?

Cabe a você descobrir! Através de sua rede de contatos (tanto na vida real quanto virtual, através de redes sociais), busque informações sobre o que seu público-alvo demonstra interesse: o que estudam, o que leem, de quais eventos participam, quais seus hobbies – não com o intuito de fingir gostar das mesmas coisas, mas, sim, de encontrar pontos em comum. São esses traços que devem ser enfatizados.

Além disso, observe quais pessoas se destacam na sua área e quais características e habilidades elas demonstram. Pergunte-se: por que elas são valorizadas? Como é possível desenvolvê-las? Repare em como esses profissionais se portam no mundo online: que tipo de material compartilham, de que grupos de discussão participam e como interagem. Participar de grupos comuns pode ser a oportunidade perfeita para iniciar a comunicação com profissionais que você admira, tirar dúvidas, compartilhar ensinamentos e, como consequência, chamar a atenção de recrutadores.

Definindo sua marca pessoal

Você já compreendeu seu mercado e sabe quais competências são imprescindíveis na área em que quer trabalhar. Hora de analisar suas características pessoais e avaliar o que precisa ser melhorado e o que colocar em destaque. Esse é um momento de autoconhecimento em que se deve responder:

Marketing Pessoal 2

Ao conseguir essas respostas, você desenha seu diferencial diante das empresas – a sua marca! São essas as informações que você quer divulgar em entrevistas, encontros e reuniões com outros profissionais. Entretanto, apenas o discurso não é suficiente: lembre-se de adequar suas atitudes, sua postura e sua formação ao perfil desejado.

Terminou todo esse exercício e descobriu que ainda está distante da marca que gostaria de projetar? Pense em quais as prioridades nesse momento e comece a desenvolvê-las sem entrar em pânico – você não vai acordar amanhã com dez novas habilidades que não existem hoje, então, vá com calma e dedique-se o tempo que for necessário.

A verdade é que, para manter seu marketing pessoal eficaz, qualquer profissional vai permanecer em constante capacitação, participando de cursos de pós-graduação ou extensão, MBAs, viagens e intercâmbios, conferências, etc.. Você só está começando.

Trabalhe na sua apresentação

Tudo bem se sua profissão desejada não é supermodelo – ainda assim, você fará bem em reservar algum tempo preocupando-se com a aparência. Ela é, em grande parte, responsável pela primeira impressão que outras pessoas terão de você.

Suas roupas não precisam ser caras, mas de acordo com o ambiente que você está inserido. Enquanto vestir algo muito casual em empresas formais pode passar a imagem de desleixo, o contrário (roupas chiques demais em contextos informais) dão a impressão de superioridade e arrogância. Se o seu estilo é muito diferente daquele da empresa, procure se expressar por meio de acessórios e detalhes que não desrespeitem as regras do local. Acima de tudo, lembre-se de se manter limpo!

Prestar atenção no comportamento é outra dica para se destacar dentro da empresa. Saiba discernir quais situações exigem mais seriedade, como os funcionários interagem entre si e com superiores e quais os momentos de descontração. Comunique-se com clareza e em tom de voz adequado – falar bem não é falar o tempo todo. Escute e saiba considerar e incorporar as opiniões dos colegas.

Enfatize habilidades comportamentais

Marcela Lorenzoni é jornalista e professora de inglês. Trabalha na startup de Educação Geekie. Atualmente, mora em São Paulo, onde faz pós-graduação em Educação no Novo Milênio.

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Fontes: