Entrar na faculdade exigiu anos de planejamento para Letícia Alves, 19 anos. Já no primeiro ano do Ensino Médio, resolveu que trabalharia e guardaria o dinheiro para pagar um cursinho pré-vestibular. Após dois anos economizando, reservou seu último ano para os estudos. Sua rotina consistia em escola pela manhã, cursinho à tarde, com um único foco: conseguir uma boa nota no ENEM.

“Como sempre estudei em escola pública, não achava justo ter que pagar pelo Ensino Superior”, explica. O plano e o esforço surtiram efeito – no ano seguinte, Letícia começou a estudar Relações Públicas com bolsa integral em uma universidade particular. Além da dedicação, ela carregou consigo uma citação do jovem empresário brasileiro Eduardo Lyra como inspiração: não importa de onde você vem, mas para onde você vai. “Essa frase é muito verdadeira porque a situação em que você nasce não pode ser o que dita sua vida, ainda que muita gente diga que ‘isso não é para você’. Fazer faculdade, aprender inglês, estudar fora? Isso é pra mim, sim, não só para o filho do meu chefe”.

“Fazer faculdade, aprender inglês, estudar fora? Isso é pra mim, sim, não só para o filho do meu chefe”, Letícia Alves, estagiária da Geekie.

 A história de Letícia acelerou com o ingresso na universidade. Após participar da Semana Global de Empreendedorismo, conheceu o movimento CHOICE e passou a se envolver com as áreas de educação e impacto social. Ela conta que foi a paixão do grupo por uma causa que “fez seu olho brilhar” já nos primeiros encontros. “Vi quantas pessoas boas e, além disso, jovens, existem e estão buscando soluções. Perceber que o objetivo principal delas não é o retorno financeiro, mas transformar suas vidas e a de outros, foi o que me impulsionou”, diz Letícia.

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A experiência no CHOICE a ajudou a desenvolver habilidades importantes para seu crescimento profissional e pessoal – dentre elas, as mais importantes foram manter o foco ao realizar uma tarefa (“é preciso cumprir começo, meio e fim, nada de largar atividades pela metade”)  e valorizar os momentos de escuta (“sempre fui muito comunicativa, mas aprendi que precisava parar para ouvir os outros”). Foi ainda uma oportunidade para praticar a liderança e a pró-atividade – que logo lhe renderam resultados.

“Estava trabalhando na Mais Estudo, uma empresa que atuava dentro da universidade, prestando consultoria para alunos, o que não estava exatamente dentro da minha área de estudo. Quando fomos transferidos para a sede, e pude compreender como o todo funcionava e quais os papéis de cada setor, notei que havia uma grande sinergia com o que eu estava vivendo no CHOICE – aí, pirei e fui logo falar com o diretor!“. Letícia contou a ele que estava participando de um movimento de universitários engajados em resolver problemas sociais e, em meia hora, falou sobre os assuntos que a moviam. A iniciativa lhe rendeu novas responsabilidades dentro da Mais Estudo e, em seguida, uma transferência para o departamento de comunicação da empresa.

“Pirei e fui logo falar com o diretor. Disse ‘eu participo de um movimento social e acho que tem tudo a ver com a empresa!’. Ele ficou impressionado e passou a me dar mais responsabilidades”, Letícia Alves, estagiária da Geekie.

Um ano depois, uma nova vaga despertou a atenção de Letícia: a Geekie, startup de tecnologia para educação, estava à caça de um estagiário. Um destaque no ramo, a Geekie oferece uma plataforma de ensino adaptativo baseada na TRI (Teoria de Resposta ao Item), teoria matemática usada para calcular a nota do ENEM. Basicamente, o site analisa como cada aluno aprende e em quê apresenta dificuldade para, através dessas informações, gerar um plano de estudos personalizado.

Letícia na Geekie
Letícia na Geekie

Ela conta que não pensou duas vezes antes de aceitar a oferta de emprego. “Trabalhar com o que você acredita é muito prazeroso. Eu vejo minha história se repetindo na vida de várias pessoas”. Afinal, muitos estudantes utilizam a Geekie para se preparar para o ENEM, passar no vestibular ou participar do Ciência sem Fronteiras, metas bem familiares à Letícia. A maior recompensa, garante, é saber que se está trabalhando em prol desses jovens.

Hoje, Letícia tem certeza de que educação é sua paixão. Se pensa em mudar de área? De jeito nenhum: “Educação é o que me move. Quando falamos de educação, estamos falando de uma base sobre a qual mudar toda a sociedade”.

Marcela Lorenzoni é jornalista e professora de inglês. Trabalha na startup de Educação Geekie. Atualmente, mora em São Paulo, onde faz pós-graduação em Educação no Novo Milênio.

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