Um dia, serei dono da minha própria empresa. Vou morar no exterior. Poderei trabalhar sem sair de casa (ou da beira da piscina). Alguma dessas ideias, provavelmente, já passou pela sua cabeça. Afinal, qualquer profissional tem expectativas para o futuro – o truque é coloca-las no papel e buscar oportunidades que o levem até lá. Para isso, o ideal é elaborar um plano de carreira.
Seja para entrar no mercado de trabalho, para mudar de área profissional ou simplesmente para garantir sua ascensão dentro de uma empresa, anotar suas metas, prazos e desafios permite mais clareza na hora de tomar decisões. Com um plano, seu crescimento profissional é cuidadosamente construído, ao invés de aleatório e instável.
O plano de carreira e a empresa
Muitas empresas valorizam um funcionário com plano de carreira e o apoiam em sua trajetória. Enquanto, para o profissional, esse planejamento vai mostrar quais competências precisa desenvolver e em quanto tempo deve atingir cada objetivo, para a empresa, é uma garantia de que o funcionário permanecerá na organização no longo prazo. Portanto, a rotatividade diminui, as ações podem ser planejadas com antecedência, diminuindo riscos, e a qualidade dos serviços prestados aumenta (assim como o lucro).
Nem toda empresa, porém, considera o plano de carreira como uma possibilidade de crescimento – antes de aceitar uma vaga, certifique-se de quais são suas opções; algumas, por exemplo, apostam apenas em promoções.
Caso haja esse interesse em acompanhar o desenvolvimento dos funcionários, apresente seu planejamento a seu chefe ou ao setor de Recursos Humanos, que ficará responsável por orientar e potencializar seu percurso profissional. Converse, ainda, para entender como suas expectativas podem ser alinhadas às da empresa.
Não quer ficar em uma única organização a vida toda?
Você não está sozinho. É uma característica marcante desta geração a busca por mudanças e o gosto por riscos, em oposição às gerações anteriores, que priorizavam uma carreira sólida e previsível. Poucos ainda ambicionam começar como estagiário e se tornar o presidente em uma mesma instituição.
Isso não significa abrir mão de um planejamento! A cada mudança de cargo, reserve alguns minutos para traçar suas metas de curto prazo – e sempre tenha em mente seus grandes objetivos finais, para garantir que, o que quer que você esteja fazendo, o está impulsionando na direção certa.
Definindo a duração de seu plano
Antes de começar a colocar tudo no papel, defina quanto tempo dura seu planejamento. Ele pode ser de curto, médio ou longo prazo; o ideal é que haja ao menos algumas metas de longa duração.
Se essa é a primeira vez elaborando um plano de carreira, opte por um de curto prazo, que permita atingir objetivos e observar resultados rapidamente. Esses serão seus testes para um plano mais detalhado no futuro: perceba quanto tempo levou para conquistá-los, quais habilidades ou conexões contribuíram para seu sucesso e que erros comprometeram o resultado. Além de os aprendizados ajudarem na criação de um plano mais longo, atingir um objetivo rapidamente servirá como incentivo para continuar planejando.
As 7 perguntas mágicas
Sete questões precisam ser respondidas para definir um plano de carreira eficaz. Elas são:
- O que eu já sei? Liste as competências que você já possui – idiomas que fala, cursos e certificados que possui, experiência, rede de contatos, atividades que gosta de realizar.
- Qual o meu objetivo? Defina aonde quer chegar e em quanto tempo. Seja o mais específico possível, explicitando a profissão, o cargo, o local de trabalho, a faixa salarial, etc.
- Valorizo mais a vida profissional ou pessoal? É importante reconhecer suas prioridades, até para saber que tipo de emprego buscar. Deixe claro para si mesmo quanto tempo está disposto a dedicar ao trabalho, se aceita participar de viagens a trabalho e se horas extras e agendas lotadas fazem parte da sua visão de futuro.
- Como me imagino financeiramente? Lembre-se de que um presidente, apesar de melhor remunerado, costuma ter longas jornadas de trabalho, enquanto um analista, apesar de ter um salário menor, provavelmente passa mais tempo com a família. Um freelancer pode ter mais liberdade, mas menos benefícios. Pese os prós e contras e seja honesto quanto ao que se encaixa ao seu perfil.
- Em qual ambiente me imagino trabalhando? Você prefere um trabalho cooperativo ou individual? Atua bem sob pressão? Como se sente em locais altamente competitivos? Encontrar uma empresa com ambiente adequado conta muito para a satisfação do funcionário.
- De que eu preciso? Quais cursos, habilidades e conhecimentos são necessários para alcançar esses objetivos? Caso não tenha certeza da resposta, converse com profissionais mais experientes, de preferência que estejam na posição que você quer ocupar, e entenda como chegaram lá. A resposta para essa pergunta pode ser aprender uma nova língua, fazer um curso de pós-graduação, trocar de empresa, mudar um comportamento.
- Quando isso deve ser feito? Estabeleça metas: “Até 2017 eu vou ter um nível de Excel avançado” ou “Em um ano, terei meu certificado de inglês fluente”. Esforce-se para cumprir esse deadline.
- Como meu plano se alinha ao da empresa? Agora, leve esse planejamento para a empresa e discuta como relacionar as expectativas de ambos. Entenda quais os projetos futuros da empresa e explique o que você pretende aprender e aonde gostaria de chegar – será que a organização não pode proporcionar um estágio em outro país? Ou conectá-lo a outros profissionais que ocupem o cargo que você deseja? Tenha em mente que essas capacitações serão benéficas também para o empregador, que passará a contar com uma equipe mais preparada.
Minutos de reflexão
Para garantir que seu percurso continua fazendo sentido, reserve alguns minutos periodicamente para avaliar os rumos que sua carreira está tomando, quais metas você já alcançou e o que poderia ser feito de outra forma. Essa análise pode ser feita uma vez por semana, por mês, por semestre ou por ano.
Entretanto, por mais que você planeje minuciosamente, é normal que surjam imprevistos pelo caminho – e alguns, inclusive, podem abrir portas que você sequer imaginava. Esteja preparado para mudanças e mantenha a calma para analisar como (e se) aquela novidade pode ser vantajosa para você. A resposta foi sim? Hora de retomar seu plano de carreira e fazer as adaptações necessárias.
Marcela Lorenzoni é jornalista e professora de inglês. Trabalha na startup de Educação Geekie. Atualmente, mora em São Paulo, onde faz pós-graduação em Educação no Novo Milênio.
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Fontes: